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sexta-feira, 24 de julho de 2015

Telescópio da Nasa descobre planeta 'primo da Terra


Planeta parecido com a Terra é descoberto; veja comparações7 fotos

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23.jul.2015 - Impressão artística mostra a superfície do planeta Kepler 452b. Com um diâmetro 60% maior do que o da Terra, acredita- se que ele também tenha formação rochosa, assim como uma atmosfera espessa e quantidade de água significante, embora sua massa e sua composição ainda não estejam totalmente determinados. Para a Nasa, há indícios de que o planeta tenha condições de habitar vida Danielle Futselaar/SETI Institute
O Telescópio Espacial Kepler, da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), divulgou nesta quinta-feira (23) a existência do primeiro planeta semelhante à Terra na "zona habitável", ou seja, em torno de uma estrela semelhante ao Sol e com possibilidade de abrigar água líquida. O planeta foi chamado de 'uma outra Terra" pela Nasa.
O exoplaneta Kepler-452b tem diâmetro 60% maior do que o da Terra e, por isso, acredita-se que ele também tenha formação rochosa, embora sua massa e sua composição ainda não estejam totalmente determinados. A estrela Kepler-452 tem 6 bilhões de anos, 1,5 bilhão mais velha do que o nosso Sol, e o planeta tem órbita de 385 dias (bem próxima aos nossos 365 dias). O Kepler-452b está localizado a 1.400 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Cygnus. 
"Podemos pensar o Kepler-452b como um primo mais velho, maior que a Terra, que fornece uma oportunidade para entender e refletir sobre o ambiente em evolução da Terra", disse Jon Jenkins, diretor do Centro da Nasa na Califórnia.
"Hoje estamos anunciando a descoberta de um exoplaneta que podemos dizer que é um primo muito próximo da Terra. É o mais próximo até agora. É Terra 2.0", disse John Grunsfeld, da Nasa.
Hoje sabemos que a Terra é apenas uma das centenas de bilhões de planetas de nossa galáxia, sendo que já é sabido que existem centenas de bilhões de galáxias no Universo. O recém-descoberto Kepler-452b aumenta o número total de planetas descobertos pelo telescópio Kepler para 1.030.

Vida

Para o diretor da Nasa, há indícios de que o planeta tenha condições de habitar vida. "É inspirador considerar que este planeta gastou 6 bilhões de anos na zona habitável de sua estrela, mais do que a Terra. É uma oportunidade substancial para a vida surgir, devem existir todos os ingredientes e as condições de vida necessárias neste planeta.", disse.
A câmera do Kepler detecta planetas utilizando um sistema de busca por trânsitos, ou seja, o equipamento identifica quando uma estrela distante escurece ao ser obscurecida pela passagem de um planeta.
Quanto menor for o planeta, o brilho da estrela é menos escurecido. Para manter essa precisão, a sonda deve manter um localizador constante e estável.
Lançado em março de 2009, o satélite Kepler é a primeira missão da Nasa realizada com o intuito de detectar planetas do tamanho da Terra orbitando estrelas distantes próximas da zona habitável.
O telescópio, desde então, confirmou mais de mil planetas e mais de 3.000 candidatos a planetas que abrangem uma ampla gama de tamanhos e distâncias orbitais, incluindo aqueles na zona habitável.
Na missão K2, que começou oficialmente em maio de 2014, o telescópio já observou mais de 35 mil estrelas, além de obter dados sobre aglomerados, regiões densas de formação de estrelas, e vários objetos planetários recolhidos dentro do nosso próprio Sistema Solar.

Onde pode existir vida fora da Terra?14 fotos

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Marte é o mais investigado na busca por vida fora da Terra. O robô Curiosity, da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), que está no planeta vermelho desde agosto de 2012, já achou vestígios que indicam que pode ter existido vida microbiana no passado. Os cientistas identificaram enxofre, nitrogênio, hidrogênio, oxigênio, fósforo e carbono - alguns dos ingredientes químicos essenciais para a vida - no pó retirado do solo marciano Leia mais Nasa/AP

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Luis Henrique ganha aumento no Bota, e multa passa a ser de R$ 60 milhões

Vínculo do atacante, contudo, continua a ser até maio de 2017. Objetivo da diretoria alvinegra é estender o compromisso quando jovem completar 18 anos


Luis Henrique Botafogo x Sampaio Correa (Foto: Estadão Conteúdo)Luis Henrique comemora um dos gols que marcou em sua estreia nos profissionais (Foto: Estadão Conteúdo)
Titular do ataque alvinegro aos 17 anos, Luis Henrique ganhou aumento no Botafogo e teve o valor de sua multa rescisória também modificado. Quem quiser tirar a promessa da equipe de General Severiano terá de pagar cerca de R$ 60 milhões ao clube carioca. Antes, era de R$ 1 milhão.
- O aumento estava previsto, porque ele era um jogador do time Sub-17 e passou para os profissionais agora. Não falamos em valores, mas foi um aumento considerável (de salário). A multa passou a valer cerca de R$ 60 milhões, mas o vínculo continua o mesmo, até maio de 2017 - disse o presidente Carlos Eduardo Pereira.
Se o Botafogo ampliasse agora o compromisso do jogador, teria de rescindir o contrato atual e fazer um novo, o que o deixaria sem condições de atuar na próxima rodada, sábado, diante do Bahia, em Salvador. Para não perder o atacante, o Alvinegro vai esperar Luis Henrique completar 18 anos (17/03/2016) e oferecer um vínculo mais longo. O clube carioca tem 90% dos direitos econômicos do atleta.
O jovem se destacou na campanha do time Sub-17 na Copa do Brasil da categoria, quando o Botafogo foi vice-campeão e Luis Henrique terminou como artilheiro. Foi puxado por René Simões para a equipe principal e estreou no dia 3 de julho, marcando dois gols e dando uma assistência na goleada por 5 a 0 contra o Sampaio Corrêa, pela Série B.

Luis Henrique assina com novo patrocinador e é desafiado por Giroud

Atacante, de 17 anos, acerta com a Puma e ganha mensagem surpresa do jogador do Arsenal: "Mostre o seu talento". Joia renovou contrato com o Bota nessa semana


Além de acertar um aumento salarial com o Botafogo, Luis Henrique está com um novo patrocinador pessoal. O atacante, de 17 anos, acertou com a fornecedora de materiais esportivos Puma, marca que também produz os uniformes do clube carioca. 

Para dar as boas-vindas ao atacante, o francês Olivier Giroud, do Arsenal, gravou um vídeo para o jogador do Botafogo. Como é uma surpresa, Luis Henrique ainda não assistiu a mensagem. 

- Ouvi dizer que você tem talento, então mostre o seu talento para nós - desafia Giroud.


No início desta semana, Luis Henrique acertou a renovação de contrato com o Botafogo. Segundo o clube, ele teve um aumento “considerável”. A multa rescisória do atacante passou a valer cerca de R$ 60 milhões. 

O vínculo, no entanto, segue até maio de 2017. Como o atacante ainda não completou 18 anos, para aumentar o prazo do contrato, Luis Henrique teria de rescindir e assinar um novo, o que tiraria, momentaneamente, as condições de jogo do atleta. 

O Botafogo possuiu 90% dos direitos econômicos de Luis Henrique. 

Fiorentina confirma a contratação do lateral Gilberto, ex-Botafogo

Jogador está com a seleção sub-22 no Pan e vai render R$ 1,7 milhão ao Glorioso


Gilberto Botafogo (Foto: Igor Rodrigues)Gilberto é o novo reforço da Fiorentina para a temporada europeia (Foto: Igor Rodrigues)
Fiorentina confirmou nesta quarta-feira a contratação do lateral-direito Gilberto, que estava no Botafogo. O negócio já estava definido há alguns dias, depois que o Glorioso aceitou a proposta dos italianos pelo jogador, mas só agora a Viola oficializou o acordo. 
Gilberto vai render R$ 1,7 milhão aos cofres do Botafogo, que tem direito a 50% do valor total do negócio – ao todo, a Fiorentina vai desembolsar 1 milhão de euros (cerca de R$ 3,4 milhões) pelo jogador, e o restante irá para o CFZ.
O lateral, que está com a seleção brasileira sub-22 no Pan Americano de Toronto, tinha contrato com o Botafogo até o fim do ano e podia assinar um pré-contrato com outra equipe desde o dia 1º de julho, saindo sem que o clube recebesse algo. Seu contrato com a Fiorentina será válido por cinco temporadas. 
Os direitos econômicos do Gilberto estão, em tese, comprometidos com credores do Botafogo por conta de um empréstimo de R$ 20 milhões junto à Odebrecht, contraído pelo clube no fim de 2013, na gestão do então presidente Maurício Assumpção. Nesse acordo, o Botafogo deu como garantia parte dos direitos econômicos de 88 jogadores, entre eles o de Gilberto. 
A atual diretoria, no entanto, não reconhece essa dívida, porque julga que o acordo de empréstimo somente seria válido se fosse antes submetido ao Conselho Deliberativo, o que não ocorreu. Por ora, o dinheiro de Gilberto servirá para despesas do clube. 
Em janeiro, Botafogo e MFD - grupo de investimento que detém os direitos de Gilberto - chegaram a falar sobre renovação, mas as conversas não avançaram. Nos últimos meses, mais duas propostas foram feitas. A última foi considerada "ótima" pelo lateral, mas a oferta da Fiorentina falou mais alto. 

Mulher mata bebê com tesoura para o Marido acabar... Veja

Uma auxiliar contábil foi presa, acusada de ter assassinado o filho, recém-nascido, na madrugada desta terça-feira (02), emVitória. Michelle Ribeiro Passos, de 27 anos, confessou ter dado uma tesourada do bebê, logo após o parto. Ela teve alta do hospital nesta quarta e, em seguida, foi presa.
Segundo a polícia, o golpe atingiu em cheio o coração da criança, que morreu na hora. A acusada, que estava grávida de oito meses de seu primeiro filho, alegou que cometeu o crime por medo de perder o marido, que não queria que ela tivesse a criança. 
À princípio, Michelle havia dito que a morte da criança havia sido acidental. Ela disse que o parto aconteceu no banheiro da casa dela, no bairro Itararé, na capital, no momento em que ela estava no vaso sanitário.

Jornal descobre venda ilegal de órgãos no Facebook, com valores de até R$ 75 mil

Jornal descobre venda ilegal de órgãos no Facebook, com valores de até R$ 75 mil
Foto: Divulgação
Uma pesquisa desenvolvida pelo jornal britânico Mirror descobriu a existência de um comércio ilegal de órgãos por meio do Facebook. De acordo com a publicação, "agentes" entram em contato com pessoas que vivem na miséria para convencê-los a vender seus órgãos por valores entre 1,2 mil e 75 mil libras (aproximadamente de R$ 6 mil a R$ 375 mil).

PF identifica um dos autores de ameaças de morte a Joaquim Barbosa

Homem que desejava atentar contra a vida do presidente o STF é um integrante da Comissão de Ética do PT. E agora?


PROCURADO - A PF tenta descobrir a identidade de um tal "Antonio Granado", que incita os militantes a atentar contra a vida do ministro
PROCURADO - A PF tenta descobrir a identidade de um tal "Antonio Granado", que incita os militantes a atentar contra a vida do ministro(Joel Rodrigues/Frame/Estadão Conteúdo/VEJA)
Desde que o julgamento do mensalão foi concluído, em novembro do ano passado, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, tornou-se alvo de uma série de constrangimentos orquestrados por seguidores dos petistas condenados por envolvimento no maior escândalo de corrupção da história. A chamada "militância virtual" do PT, treinada pela falconaria do partido para perseguir e difamar desafetos políticos do petismo na internet, caçou Barbosa de forma implacável. O presidente do Supremo sofreu toda sorte de canalhice virtual e foi até perseguido e hostilizado por patetas fantasiados de revolucionários nas ruas de Brasília. Os ataques anônimos da patrulha virtual petista, porém, não chegavam a preocupar Barbosa até que atingiram um nível inaceitável. Da hostilidade recorrente, o jogo sujo evoluiu para uma onda de atos criminosos, incluindo ameaças de morte e virulentos ataques racistas.
Os mais graves surgiram quando Joaquim Barbosa decretou a prisão dos mensaleiros José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino. Disparadas por perfis apócrifos de simpatizantes petistas, as mensagens foram encaminhadas ao Supremo. Em uma delas, um sujeito que usava a foto de José Dirceu em seu perfil no Facebook escreve que o ministro "morreria de câncer ou com um tiro na cabeça" e que seus algozes seriam "seus senhores do novo engenho, seu capitão do mato". Por fim, chama Joaquim de "traidor" e vocifera: "Tirem as patas dos nossos heróis!". Em uma segunda mensagem, de dezembro de 2013, o recado foi ainda mais ameaçador: "Contra Joaquim Barbosa toda violência é permitida, porque não se trata de um ser humano, mas de um monstro e de uma aberração moral das mais pavorosas (...). Joaquim Barbosa deve ser morto". Temendo pela integridade do presidente da mais alta corte do país, a direção do STF acionou a Polícia Federal para que apurasse a origem das ameaças. Dividida em dois inquéritos, a averiguação está em curso na polícia, mas os resultados já colhidos pelos investigadores começam a revelar o que parecia evidente.

Governo já admite derrota no TCU e mobiliza aliados contra processo de impeachment

Primeira iniciativa foi tomada na terça-feira, com a convocação de ministros para explicar as 'pedaladas fiscais' no Congresso


A presidente Dilma Rousseff participa da cerimônia de lançamento do Plano Nacional de Exportações, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), nesta quarta-feira (24)
Presidente Dilma Rousseff foi questionada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por supostas irregularidades das contas(Bruno Domingos/Reuters)
Ao avaliar que deve ser condenado no julgamento das contas do governo de 2014 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em breve, o governo federal iniciou uma estratégia para tentar sensibilizar aliados a não apoiar eventual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Congresso, decorrente da condenação. Numa proposta acertada com o Palácio do Planalto na segunda-feira, a operação do governo na Câmara e no Senado quer angariar apoios a uma eventual decisão desfavorável à petista.
A primeira iniciativa dos aliados ocorreu na terça-feira, com a aprovação de um requerimento para a formação de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado com a presença do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e do advogado-geral da União, o ministro Luís Inácio Adams, para explicar um dos principais pontos questionados pelo TCU nas contas de Dilma, as chamadas "pedaladas fiscais" - prática do Tesouro Nacional de atrasar de forma proposital o repasse de dinheiro para bancos públicos e também privados.
A intenção com a audiência, que deve ser realizada na terça ou na quinta-feira da próxima semana, é que os dois ministros reforcem a defesa do governo e rebatam questionamentos acerca das supostas irregularidades nas contas de Dilma. A movimentação tem por objetivo garantir apoios da desestruturada base aliada em um eventual julgamento do processo de impeachment e, ao mesmo tempo, dar argumentos técnicos para os aliados defenderem o governo. Também como parte da operação em defesa do governo, Barbosa e Adams vão conversar com as bancadas dos partidos da base aliada nos próximos dias.
Na terça-feira, ambos apresentaram à bancada do PT na Câmara dados que mostram que o TCU avaliou como regulares, em anos anteriores, práticas semelhantes às "pedaladas fiscais". "Trazemos ao Congresso que esses apontamentos foram entendidos no passado como regulares. Essa realidade existiu em 2000, 2001, 2002 e assim por diante e foram situações consideradas regulares pelo tribunal", disse Adams. "Toda a atuação fiscal segue a lei vigente em anos anteriores e neste ano também", acrescentou Barbosa, ao deixar o encontro.
O advogado-geral disse que era "oportuno" conversar com os parlamentares, já que o parecer do TCU será encaminhado ao Congresso Nacional. Ele negou que o tribunal esteja agindo politicamente e acrescentou que a decisão do órgão levará em conta a defesa da União.
Na articulação na CAE, o presidente da comissão e líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), aceitou votar o requerimento do líder do PDT na Casa, Acyr Gurgacz (RO), de convidar Adams, Barbosa e o presidente do TCU, Aroldo Cedraz, para o encontro. O pedido de Gurgacz foi votado como item fora da pauta. A praxe do colegiado é apresentar o requerimento em uma reunião e votar apenas na semana seguinte.
"É uma excelente oportunidade para dar publicidade e esclarecer de vez essa história. Não dá para ficar uma situação dúbia, onde comecem a pairar dúvidas sobre as decisões do governo", destacou Delcídio. "O governo está muito seguro, muito consciente das suas justificativas e importante também, o governo vai mostrar que muitas das coisas que estão sendo colocadas, elas foram feitas em outros governos também e ninguém disse nada", completou.
Em blindagem ao Planalto, Delcídio também anunciou que vai convidar para a audiência na comissão somente o procurador do Ministério Público no TCU Júlio Marcelo de Oliveira e o auditor do TCU Antônio Carlos D'Avila, a pedido do senador tucano Tasso Jereissati (CE). Contudo, disse, ao final da reunião de ontem, que não pretende chamar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que também teve um requerimento de convite aprovado na semana passada a pedido do senador

Cunha autoriza CPIs do BNDES e dos fundos de pensão

No dia em que anunciou o rompimento com o Palácio do Planalto, presidente da Câmara já saca suas armas e libera comissões incômodas para o governo


Eduardo Cunha em entrevista coletiva em Brasília
Eduardo Cunha em entrevista coletiva em Brasília(Ed Ferreira/Folhapress)
Não demorou muito e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já colocou em prática na tarde desta sexta-feira o seu primeiro ato no papel de oposicionista: autorizou a instalação de CPIs (comissão parlamentar de inquérito) que causam pavor no governo. As duas frentes devem investigar empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os fundos de pensão de bancos públicos e estatais.
Os requerimentos de criação das CPIs foram apresentados em abril deste ano pelos partidos de oposição - PSDB, DEM e PPS - e aguardavam a ordem de instalação para entrar em funcionamento. Para viabilizar as comissões - estavam no 7º e 8º lugar na fila, sendo que apenas cinco podem funcionar ao mesmo tempo -, o peemedebista arquivou outras propostas de CPI: a do setor elétrico, de violência contra as mulheres, desabastecimento de água e telefonia móvel.
A CPI do BNDES pretende apurar os empréstimos secretos concedidos pelo banco a outros países, como Angola e Cuba, e os repasses feitos a empresas de fachada que foram alvo de denúncia na operação Lava Jato. Entre 2003 e 2014, o BNDES concedeu financiamentos de pelo menos 2,4 bilhões de reais a essas empreiteiras.
Já a outra CPI visa apurar a aplicação de recursos destinados a quatro fundos de pensão: Fundação dos Economiários Federais (Funcef), Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) e Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (Postalis). Conforme requerimento apresentado pela oposição, há a suspeita "de que houve má-fé na gestão do patrimônio desses fundos".
Eduardo Cunha também deu aval nesta sexta a outras duas CPIs: para investigar crimes cibernéticos e maus tratos a animais.

Como Collor foi aceito no pomar mágico dos petistas

Ao receber o controle de duas diretorias da BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras, o ex-presidente estabeleceu seu próprio balcão de negócios no petrolão. A Lava Jato foi bater à sua porta


Reviravolta: de inimigo visceral do PT nos anos 90, Fernando Collor converteu-se em um de seus mais fieis aliados
Reviravolta: de inimigo visceral do PT nos anos 90, Fernando Collor converteu-se em um de seus mais fieis aliados(Cristiano Mariz/VEJA)
Nas projeções mais otimistas, calcula-se que corruptos e corruptores envolvidos no escândalo da Petrobras tenham desviado algo perto de 19 bilhões de reais dos cofres da empresa. A estatal era o paraíso, o nirvana para gente desonesta, incluindo os empreiteiros, os servidores públicos e os políticos já identificados como parceiros da partilha do dinheiro roubado. Na semana passada, o lobista Julio Camargo, um dos delatores do caso, tentou explicar ao juiz Sergio Moro a essência do petrolão. Na visão dele, a corrupção na Petrobras poderia ser ilustrada pela figura do fruto proibido. Os contratos eram como maçãs que os empreiteiros ansiavam saborear em sua plenitude. O que os impedia eram os partidos e os políticos da base do governo. "É aquela história, olhar a maçã e dizer: 'Como vou pegar essa maçã? Tem uma regra do jogo que eu preciso atender. Do contrário, não vou comer a maçã' ", disse Camargo. A "regra do jogo", o caminho mais curto para alcançar a árvore e apoderar-se dos frutos, como as investigações da Operação Lava-Jato já revelaram, era pagar propina. Durante os dois primeiros mandatos de Lula e ao longo de todo o primeiro mandato de Dilma Rousseff, o PT usou o pomar para governar. Distribuir as maçãs virou um método, um atalho que o partido encontrou para garantir a fidelidade dos amigos e seduzir eventuais adversários, transformando-os em cúmplices de um crime contra toda a sociedade. Na semana passada, a polícia bateu na porta de alguns convivas do banquete.
Os investigadores cumpriram 53 man­dados de busca e apreensão nas residências e nos escritórios de políticos suspeitos de corrupção no escândalo da Petrobras. Entre os alvos estavam parlamentares e ex-parlamentares, incluindo dois ex-ministros do governo da presidente Dilma. No episódio mais emblemático da ação, os agentes devolveram ao noticiário político-policial a antológica Casa da Dinda, a residência do ex-presidente Fernando Collor, cenário do escândalo que, nos anos 90, levou ao primeiro impeachment de um presidente da República. Os policiais apreenderam documentos, computadores e três carros de luxo da frota particular do atual senador: um Lamborghini Aventador top de linha (3,5 milhões de reais), uma Ferrari vermelha (1,5 milhão de reais) e um Porsche (700 000 reais). Nem o bilionário empresário Eike Batista em seus tempos de bonança exibia modelos tão exclusivos - e caros.
Collor, até onde se sabe, é um empresário de sucesso. Sua família é proprietária de emissoras de televisão e rádio em Alagoas, terrenos, apartamentos, títulos, ações, carros... A relação de bens declarados pelo senador soma 20 milhões de reais, o suficiente para garantir vida confortável a qualquer um.
Collor, apesar disso, não resistiu à tentação e adentrou o pomar petista. Em 2009, ele assumiu a presidência da Comissão de Infraestrutura do Senado. Com significativo poder para fiscalizar os destinos das obras do PAC, a vitrine de campanha da então candidata Dilma Rousseff, o senador se apresentava como um obstáculo para o governo. A maçã lhe foi oferecida. O ex-presidente Lula entregou ao senador duas diretorias da BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras - a diretoria da Rede de Postos de Serviço e a de Operações e Logística. No comando desse feudo, segundo os investigadores, Fernando Collor criou o seu balcão particular de negócios dentro da maior estatal brasileira, o que lhe renderia milhões em dividendos.
Segundo depoimentos colhidos na Lava-Jato, o esquema obedecia a uma lógica simples. As empresas que tinham interesse em assinar contratos com a BR acertavam antes "a parte do senador". Foram dezenas de contratos. A polícia já identificou dois que passaram por esse crivo. Num deles, de 300 milhões, um empresário do ramo de combustíveis pagou a Collor 3 milhões de reais em propinas para viabilizar a compra de uma rede de postos em São Paulo. A operação foi revelada pelo doleiro Alberto Youssef em acordo de delação premiada. Encarregado de providenciar o suborno ao senador, Youssef fez a entrega de "comissões" em dinheiro, depósitos diretos na conta do parlamentar e transferências para uma empresa de fachada que pertence a Collor. O Lamborghini, até recentemente o único do modelo no Brasil, está em nome da tal empresa, o que fez os investigadores suspeitar que o carro foi bancado com dinheiro desviado da Petrobras. Desde o ano passado, quando explodiu a Operação Lava-Jato e as torneiras da corrupção se fecharam, o IPVA do carro não é pago pelo ex-presidente. A dívida acumulada é de 250 000 reais. Mas não é desapego do senador. Zeloso, ele só usava o carro para passeios esporádicos a um shopping de Brasília. Quando isso acontecia, o Lamborghini permanecia sob a vigilância de dois seguranças do senador, que fixavam um perímetro de isolamento em torno do veículo para evitar a aproximação dos curiosos. A frota de luxo de Collor - revela Lauro Jardim, na seção Radar - conta com um Rolls-Royce Phantom 2006, mais exclusivo ainda do que o Lamborghini.

EUA encontram sinais de corrupção em obras da Odebrecht no exterior

Lula foi citado nos documentos pela sua iniciativa em defender os interesses da construtora nos países


O ex-presidente Lula durante o encontro “Novos Desafios da Democracia” em São Paulo - 22/06/2015
Ex-presidente Lula é alvo de inquérito do Ministério Público para investigar tráfico de influência(Paulo Whitaker/Reuters)
A diplomacia americana monitorou os negócios da empreiteira brasileira Odebrecht no exterior e apontou para suspeitas de corrupção em obras espalhadas pelo mundo na segunda gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2007-2010). Telegramas confidenciais do Departamento de Estado americano revelados pelo grupo WikiLeaks relatam ações da empresa brasileira e suas relações com governantes estrangeiros. Lula é citado em iniciativas para defender os interesses da Odebrecht no exterior.
Em 21 de outubro de 2008, a embaixada americana em Quito descreve a pressão imposta sobre as empresas brasileiras pelo presidente daquele país, Rafael Correa. O governo equatoriano ameaçava expulsar Odebrecht e Petrobras, alegando descumprimento de contratos.
A embaixada americana em Quito, porém, alerta ao Departamento de Estado dos EUA que o motivo da pressão seria outro: corrupção. "Alfredo Vera, chefe da Secretaria Anticorrupção do Equador, levantou questões sobre os preços e financiamento dos contratos da Odebrecht", indicou o telegrama. "Apesar de não termos informações de bastidores no projeto San Francisco [usina], o posto ouviu alegações com credibilidade de corrupção envolvendo o projeto de irrigação da Odebrecht em Manabi de um ex-ministro de Finanças que se recusou a assinar os documentos do projeto diante de suas preocupações sobre a corrupção", afirmaram os EUA.
Outro alerta se referia às condições do empréstimo do BNDES ao mesmo projeto. "O posto também ouviu preocupações de um funcionário do Banco Central sobre termos desfavoráveis nos empréstimos do BNDES que apoiariam o projeto de irrigação", diz o telegrama. Segundo os EUA, ambos os problemas teriam ocorrido em 2006, no último ano do governo de Alfredo Palácio.
Lula - O ex-presidente é investigado pela Procuradoria da República no Distrito Federal por suspeita de favorecimento da Odebrecht no exterior por meio de financiamentos do BNDES. Lula nega.
Num telegrama de 5 de outubro de 2009, a embaixada americana no Panamá relata a Washington a situação delicada que vivia o então presidente local, Ricardo Martinelli. Numa conversa entre diplomatas e um ministro do governo, os americanos são alertados de que um escândalo de corrupção estaria prestes a eclodir, envolvendo a Odebrecht. "O administrador da campanha de Martinelli e hoje ministro, Jimmy Papadimitriu, disse à Emboff [sigla para "oficial da embaixada"] que estavam para ser divulgadas notícias de que Martinelli recebeu grande contribuição para sua campanha da construtora brasileira Odebrecht, que estava conduzindo várias grandes obras públicas no Panamá", indicou o telegrama, que cita como Martinelli virou alvo de ataques quando deu à empreiteira contrato de 60 milhões de dólares para a construção de estrada "sem licitação".
Em 30 de outubro de 2007, outro telegrama apontou para a relação da Odebrecht com políticos estrangeiros. O caso se referia à viagem de Lula a Angola, naquele ano. "A visita de Silva [Lula] ajudou a concluir um acordo entre a gigante construtora brasileira Odebrecht, a paraestatal angolana no setor do petróleo Sonangol e a Damer, até então desconhecida empresa angolana, para construir uma usina capaz de produzir não apenas etanol para exportação, mas gerar 140 megawatts de eletricidade por ano", diz o texto.
O papel de Lula não é colocado em questão. Os EUA levantam questões sobre a parceria fechada pela Odebrecht: "O acordo, chamado na imprensa de um entendimento entre a Sonangol e a Odebrecht, aloca 40% das ações para a Odebrecht, 20% para a Sonangol e os restantes 40% para a Damer". "Fontes na embaixada brasileira afirmaram que a Odebrecht foi 'evasiva' quando questionada sobre a Damer, enquanto outras fontes apontam que a Damer está conectada com o presidente angolano [José Eduardo] dos Santos".
Outro lado - De acordo com a edição desta quarta-feira do jornal O Estado de S. Paulo, a Odebrecht disse, por meio de assessoria, que "nunca teve qualquer condenação judicial por irregularidades em contratos em nenhum dos países onde atua" e negou as suspeitas indicadas nos documentos da diplomacia americana. "A Odebrecht Infraestrutura não foi expulsa do Equador por acusações de corrupção. Em 2008, houve uma disputa de caráter técnico por problemas na fase de operação da hidrelétrica de San Francisco. O governo do Equador decidiu suspender todas as obras que a empresa estava executando naquele país". A construtora disse também que o projeto de irrigação Carrazil Chone, em Manabi, ocorreu "por meio de um processo de licitação".
O Instituto Lula disse que "os documentos revelam a atenção e interesse da diplomacia americana na disputa de mercado internacionais com o Brasil e suas empresas. Os autores dos documentos que têm que explicar o que escreveram neles". Sobre a investigação que apura se o ex-presidente cometeu tráfico de influência, o instituto disse que Lula "é alvo de um conjunto de manipulações e arbitrariedades".

Suíça amplia investigações sobre Petrobras para incluir Odebrecht

Subsidiárias são suspeitas de usar contas suíças para pagar propina. 
Petrobras é alvo de nove investigações no país europeu.


A procuradoria-geral da República da Suíça informou nesta quarta-feira (22) que ampliou uma investigação de corrupção na Petrobras para incluir a construtora Odebrecht SA e outras companhias associadas, segundo a Reuters.
"Subsidiárias da Odebrecht são suspeitas de usar contas suíças para fazer pagamentos de propina a ex-executivos da Petrobras, que também mantinham contas bancárias na Suíça", afirmou o gabinete do procurador-geral, em um comunicado.
No mês passado, a procuradoria suíça encaminhou ao Ministério Público Federal (MPF) brasileiro um relatório de cooperação internacional que aponta evidências de que o ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró recebia dinheiro em contas no exterior. O documento foi protocolado na ação penal que tramita contra ele na primeira instância da Justiça Federal.
Conforme o documento, assinado pelo procurador Stefan Lenz, Cerveró tinha pelo menos duas contas na Suíça. Uma delas pertencia a uma offshore panamenha chamada Russel Advisors AS, que segundo a procuradoria suíça tinha Cerveró como beneficiário. O relatório mostra que esta conta recebeu um pagamento de U$S 75 mil da empresa Three Lions Energy Inc., que, por sua vez, tem como beneficiário o empresário Fernando Soares, o Fernando Baiano.
Cerveró e Baiano são réus em um processo que os acusa de receber US$ 40 milhões de propina para intermediar a contratação pela Petrobras de navios-sonda para a perfuração de águas profundas na África e no México. Fernando Baiano era representante de Nestor Cerveró no esquema, ainda segundo a denúncia. Em outro processo, Cerveró já foi condenado a cinco anos de prisão por lavagem de dinheiro.
Bloqueio de recursos
Em março, o Ministério Público da Suíça bloqueou 400 milhões de francos suíços (equivalente a R$ 1,3 bilhão) em nove investigações sobre a Petrobras no país europeu.
O procurador suíço detalhou que as investigações sobre a Petrobras na Suíça concentram-se sobre mil operações bancárias, em 30 instituições financeiras. Cerca de um terço dessas transações foram feitas em bancos suíços, outro terço em bancos fora do país europeu e outro terço em locais ainda não identificados.
“Esse caso [Petrobras], em termos de ativos bloqueados, é muito importante. O que eu acho que torna esse caso específico é o nível de boa cooperação e a celeridade em que conseguimos liberar o dinheiro de volta para o Brasil. Temos certeza que podemos continuar a cooperar”, afirmou, acrescentando que a devolução de R$ 390 milhões ao Brasil está sendo feita no prazo de um ano.

Carros apreendidos pela PF na casa de Collor têm dívidas de R$ 343 mil em IPVA

Valor de mercado dos três veículos chega a R$ 4,82 milhões

Os três carros esportivos de luxo que a PF (Polícia Federal) apreendeu na casa da Dinda, residência do senador Fernando Collor (PTB-AL) possuem, juntos, uma dívida de R$ 343.480,48 em IPVA (Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores).
Entre os modelos, o que tem o maior valor de dívida é o Lamborghini, com um total de R$ 250.370,68 em débitos. Em seguida, vem a Ferrari, com dívida de R$ 85.715,96, e, depois, o Porsche, com R$ 7.393,84 em atrasos. As informações foram publicadas no site do jornal Correio Braziliense.
Juntos, os carros têm valor de mercado de R$ 4,82 milhões. Todos eles estão registrados em nome de empresas ligadas a Collor. Por estarem registrados no nome das empresas, estes patrimônios não precisam constar na declaração de bens do senador, enviada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nas Eleições de 2014.
Os veículos foram levados na terça-feira (14) pela PF durante a operação Politeia, desdobramento da Lava Jato. Todas as apreensões foram feitas a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Os mandados foram expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Metade dos brasileiros tem medo de perder o emprego em razão da crise na economia

Pesquisa CNT/MDA também aponta que metade não aceitaria salário menor no emprego.

Ao menos metade dos brasileiros entrevistados pela pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira (21) teme perder o emprego por conta da crise na economia. Quase 70% deles afirmaram conhecer alguém que ficou desempregado nos últimos seis meses.
Além disso, o levantamento, realizado em todo o País com 2.002 pessoas, revelou que 51% não aceitariam  ter o salário reduzido para manter o emprego.
A pesquisa, realizada entre os dias 12 e 16 de julho em 137 cidades de todas as regiões do País, mostrou que 53,9% têm alguma dívida vencida, a maioria de até R$ 1.000. Pouco mais de 28% afirmaram que possuem conta em atraso. A mais comum é com cartões de crédito.
Os brasileiros também estão pessimistas quanto ao custo de vida. Para 75%, ele vai aumentar muito. Cerca de 87% disseram que reduziram muito ou moderadamente as despesas por conta da situação econômica.
A pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) aferiu principalmente a percepção dos brasileiros quanto à avaliação do governo, o desempenho pessoal da presidente Dilma e a responsabilidade sobre a corrupção na Petrobras investigada pela Operação Lava Jato.

Suspeita de captar propinas, gráfica ligada ao PT teria movimentado R$ 67 milhões em cinco anos, aponta PF

Relatório de Inteligência Financeira da Operação Lava Jato mostra que a Editora Gráfica Atitude, sob suspeita de ter sido usada para captar propinas para o PT, movimentou R$ 67,7 milhões entre junho de 2010 e abril de 2015.
A gráfica, controlada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo — entidade ligada ao PT —, é alvo de uma investigação da Polícia Federal que atribuiu ao ex-tesoureiro petista João Vaccari Neto os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro do esquema Petrobrás.
O Relatório de Inteligência foi produzido pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e anexado aos autos da Lava Jato na segunda-feira (20). O documento integra o dossiê de indiciamento do empresário Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da maior empreiteira do País, a quem a Polícia Federal imputa os mesmos crimes de Vaccari e também organização criminosa e crime contra a ordem econômica.
Os investigadores suspeitam que existam relações da Odebrecht com a Gráfica Atitude. Um dos fatos registrados no relatório do delegado Eduardo Mauat da Silva é um jantar organizado pelo empreiteiro em sua residência, em 2012, a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Despertou a atenção dos investigadores da Lava Jato, o fato de que entre empresários e banqueiros foram convidados dois sindicalistas, administradores da gráfica — Juvandia Morandia Leite, presidente do Sindicato dos Bancários, e Sérgio Aparecido Nobre, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, reduto sindical que celebrizou Lula nos anos 70.
Inteligência
A devassa nas contas da Atitude revela que entre agosto e 2008 e janeiro de 2010 a empresa Observatório Brasileiro de Mídia — da qual Juvandia consta como presidente — recebeu R$ 833 mil da gráfica, por meio de 40 operações bancárias.
O documento revelou ainda que R$ 17,95 milhões foram depositados em espécie na conta da Editora Gráfica Atitude, por meio de 137 operações, entre dezembro de 2007 e março de 2015, pelo Sindicato dos Bancários.
A Atitude caiu no radar da PF desde que o empresário Augusto Ribeiro de Mendonça, um dos delatores da Lava Jato, declarou que em 2010 o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto — preso desde abril de 2015 sob acusação de corrupção e lavagem de dinheiro —, lhe pediu que "doasse" R$ 2,4 milhões para o PT por meio de depósito em conta da gráfica.
Segundo Mendonça, um contrato assinado entre uma empresa dele, a Setec, com a Gráfica Atitude estipulou o repasse de R$ 1,2 milhão, em pagamentos mensais de R$ 100 mil.
Quebra de sigilo bancário da gráfica ligada ao PT apontou a existência de depósitos que totalizaram R$ 2,25 milhões, entre 2010 e 2013 nas contas da Gráfica Atitude, oriundos de três empresas controladas pelo delator, Projetec Projetos e Tecnologia, Tipuana Participações e SOG Óleo e Gás.
A análise das movimentações bancárias encampa o período em que as empresas de Mendonça fizeram repasses ao PT via gráfica, a pedido de Vaccari. O ex-tesoureiro do partido foi um dos dirigentes do sindicato dos bancários.
Segundo o documento de inteligência financeira, os débitos, entre 2010 e 2015, totalizaram R$ 33,88 milhões, dos quais R$ 8,31 milhões por meio de 1.861 TEDs, DOCs e transferências entre contas, R$ 7,3 milhões constando como pagamentos diversos, R$ 7,09 milhões para quitar 1.257 depósitos e R$ 5,85 milhões pagos pela compensação de 1.592 cheques.
Defesas
A assessoria de Juvandia Moreira Leite, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, não retornou contatos da reportagem.
O criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso tem reiterado taxativamente que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto jamais pediu propinas.
O PT afirma que todas as doações que recebeu tiveram origem lícita e foram declaradas à Justiça eleitoral.
A Odebrecht sustenta que não participou do cartel de empreiteiras na Petrobras e que nunca pagou propinas.
Quando teve seu nome citado por Augusto de Mendonça, a gráfica Atitude, por meio de seu coordenador de planejamento editorial, Paulo Salvador, afirmou que nunca tratou de patrocínios para a empresa do lobista com o tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Salvador, contudo, evitou responder ao ser questionado sobre a delação do executivo, que afirmou ter depositado valores na conta da gráfica a pedido de Vaccari. "Não recebemos nenhuma demanda da Justiça ainda."
Na ocasião, ele afirmou que a Atitude não pertence ao PT ou à CUT, mas possui uma "afinidade política" com a sigla nos temas que aborda em suas publicações.

PF pede transferência de presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez para cadeia sem banheiro privativo

A PF (Polícia Federal) solicitou ao juiz Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato na Justiça Federal de Curitiba (PR), a transferência dospresidentes da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e da Andrade Gutierrez, Otávio de Azevedo, para o Complexo Médico-Penal de Pinhais, na região metropolitana. Eles estão presos na superintendência da PF na capital paranaense.
Além dos dois, outros seis presos poderão ser transferidos. Ao contrário da carceragem da PF, o local não tem banheiro privativo e preza pela rigidez nas regras dentro da prisão. No entanto, caso sejam transferidos, os presidentes das empreiteiras vão encontrar banho quente — como também tinham na superintendência da PF.
Segundo a PF, a medida é necessária porque falta espaço na carceragem da Superintendência da PF na capital paranaense, onde os oito estão presos.
Além de Odebrecht e Azevedo, se a autorização for concedida, serão transferidos mais cinco executivos ligados à Odebrecht: Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, César Ramos Rocha, João Antônio Bernardi Filho, Márcio Faria da Silva e Rogério de Araújo. O outro preso é Elton Negrão de Azevedo Júnior, da Andrade Gutierrez.
Eles estão presos em caráter temporário na carceragem da Superintendência da PF. No pedido de transferência que apresentou na última terça-feira (21), o delegado federal Igor Romário de Paula argumenta que, além de a carceragem não ter capacidade para os investigados, eles já prestaram os depoimentos necessários às investigações.
Foi a necessidade de eles serem ouvidos no inquérito que, inicialmente, justificou que os investigados fossem mantidos na carceragem.
"Todos eles já foram ouvidos e, em que pese não tenham em sua maioria contribuído para o esclarecimento dos fatos, estando ainda presentes circunstâncias que recomendem a manutenção de todos sob custódia, não há por que mantê-los ainda na carceragem da PF em Curitiba", afirma o delegado no ofício encaminhado ao juiz Sérgio Moro.
Igor Romário de Paula destacou que as instalações da PF são destinadas a acolher presos em situação transitória, em geral, presos em flagrante, até que surjam vagas no sistema estadual.
— As instalações são limitadas, sendo capaz de absorver um pequeno número de presos, e a manutenção destes nas celas dificulta a operacionalização das autuações em flagrante e fragiliza a segurança do local em alguns momentos de excesso de custodiados.
Estão detidos no Complexo Médico-Penal o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e os ex-deputados federais André Vargas, Luiz Argôlo e Pedro Corrêa.